Apelo ao consumismo é «obsceno»

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social qualificou como “obsceno” o apelo ao consumismo, num período de crise.

“O apelo ao consumismo que ainda é feito nalguma publicidade, mesmo de alguns bancos, neste momento, é obsceno”, atirou D. Carlos Azevedo, no final de uma reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social, que decorreu em Lisboa.

Na conferência de imprensa que encerrou o encontro, o Bispo Auxiliar de Lisboa comentou o alargamento dos horários de abertura dos hipermercados, ao Domingo, considerando que “devemos defender o bem comum dos cidadãos que trabalham nesses dias e nessas horas”.

O Conselho de Ministros de 22 de Julho aprovou, na generalidade, um Decreto-Lei que harmoniza os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, independentemente da sua dimensão, possibilitando que estejam abertos entre as 6 e as 24 horas, todos os dias da semana.

Alfredo Bruto da Costa, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), considera que esta medida “vem na linha de um estilo de vida muito baseado no consumo”.

“Há uma grande preocupação da economia a incentivar as pessoas a consumirem mais e mais facilmente”, referiu, assinalando que a decisão do Governo “vai ao arrepio de um modelo equilibrado de vida pessoal e familiar”.

Esta medida, indicou, “suscita uma reserva de princípio, porque tem sido um caminho de fazer vingar as possibilidades das grandes superfícies contra o comércio de proximidade, por um lado, e de um estilo de vida familiar e de lazer dos trabalhadores”.

Em declarações à Lusa, o Pe. Manuel Morujão, secretário da Conferência Episcopal, defendeu que “a lógica do lucro não pode governar a sociedade e os domingos devem ser dias de encontro para os familiares”.

Fonte - Ecclesia (via Diário da Profecia)

Nota DDP: A intervenção religiosa nos domínios econômicos vista em tantas manifestações no período de turbulência econômica que vive o mundo, onde algumas questões acabam sugeridas apenas nas entrelinhas, são esclarecidas com esse tipo de manifestação. Como resta bastante claro, o pensamento sugerido é de que a guarda do domingo tem lugar a ser considerado no campo da economia, ainda que seja sob a insígnia de proteção da família. Quanto tempo até que os ecos políticos apareçam?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts with Thumbnails